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sexta-feira, 1 de maio de 2009

Barcellos na Furb.



O evento chamado Diálogos Universitários, patrocinado pela Souza Cruz (aquela mesma, acredite!). Sem comentários.
O mais importante era o palestrante. O conteúdo.
Você esquece de fazer a inscrição, mas todo bom aspirante à repórter não se sente intimidado. Nesses momentos o ideal é apelar para o "bom jeitinho brasileiro". Sempre há uma maneira de entrar, penetrar.
Pois bem, passados os momentos de incerteza, nervosismo do tipo:" será que vão me deixar entrar?", alguém te olha e diz: Olha, não tem lugar pra sentar, mas vocês podem entrar e assistir em pé.
Só se for agora!
O esforço é válido quando se fala em Caco Barcellos. Simplesmente porque o profissional é admirável, você sabe que vai absorver boas idéias, sua mente irá se expandir. Dentre os profissionais da comunicação audiovisual, Barcellos é um dos mais respeitados, pela sua trajetória como correspondente internacional e repórter investigativo, escritor e pesquisador.
Falando para uma platéia de jovens univesitários, grande parte deles estudante de Jornalismo, Caco Barcellos, discursou durante duas horas sobre a 'Cultura da violência'.
Mas ele não é do tipo de palestrante que fala, fala e fala, simplesmente. Conhece seu público. Utiliza-se de inserções de vídeos, com reportagens suas dos tempos como correspondente na guerra da Angola e do Profissão Repórter.
Admira a humildade com que ele transmite os dados da violência no Brasil, de uma forma simples, sem parecer superior.
Como em outras palestras que já vi, ele fala da intimidação da imprensa brasileira, diante de verdades dolorosas como o preconceito de classe no Brasil.
Eu nunca tinha pensado, por exemplo, na pena de morte no Brasil. Legalmente falando ela não existe. Mas o estado, através da polícia, é o que mais mata no país. Em um ano morrem mais pessoas por aqui do que nos Estados Unidos que executam os criminosos que foram condenados à morte.
Barcellos também afirma que de cada 10 criminosos presos, 8 são brancos. E pensava que tinha a mente super aberta: na minha concepção, lamentavelmente, sempre imaginei prisioneiros negros, excluídos da sociedade.. aquele esteriótipo manjado que conhecemos bem.
Foram duas horas que passaram rápido demais.
Valeu ter assistido quase todo o tempo em pé. Lá pelas tantas alguém foi embora, e eu descansei a cervical.
Minha mente não descansará até que eu comece a leitura de 'Rota 66' (prêmio Jabuti em 1993), de Caco Barcellos.

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