Páginas

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Misteriosa Buenos Aires


Tenho 'Misteriosa Buenos Aires' guardado em minha biblioteca desde 2006, quando passei uma temporada na Argentina e o ganhei de um amigo. Nunca o li. Sempre tive a impressão de que era um livro para ler no inverno - imaginava, acertadamente, um texto nostálgico para ser lido debaixo das cobertas. Tenho essas manias que nem eu mesmo consigo explicar... enfim.

Pois bem, no calor deste janeiro de 2012, trouxe esta obra na bagagem em minha viagem a Buenos Aires e foi a melhor coisa que eu fiz. Eu sequer havia me dado conta de que trata-se de uma compilacão de contos. Comecei a ler preguisosamente, logo percebi um texto vertiginoso, e só parei na última página. Claro, passei uma tarde degustando cada palavra, acompanhado de um bom dicionário, pois o espanhol de Manuel Mujica Láinez não é o mais coloquial. Acabo de me apaixonar por mais um escritor argentino - Borges, El Brujo, que me perdoe.

O autor ambienta suas historietas na época da fundação  da cidade e mistura personagens reais com fictícios. As lendas e os costumes porteños estão descritos de uma forma muito fantasiosa, demarcando bem a intencão do narrador de ressaltar os mistérios dessa linda cidade.

“El hombrecito del azulejo”, “El hambre”, “La pulsera de cascabeles”  e “El salón de oro” são alguns dos títulos que compõe a obra que reconstrói, com muita licença poética, diga-se, o período que vai de 1536 a 1904. A visão mitológica da cidade está bem presente, algo muito distante da metrópole que tornou-se o principal destino turístico da América do Sul.

Fazendo uma pesquisa rápida, descobri que Manuel Mujica Láinez é um dos principais escritores argentinos. Jornalista de formacão, ele descobriu na literatura sua grande paixão.

Nascido na aristocracia porteña em 1910 é descendente dos fundadores de Buenos Aires. Viveu um período em Paris, onde iniciou-se na arte de escrever. Em 1932 entrou para o diário La Nación e ali trabalhou como crítico de arte e colunista. Mais tarde, quando já estava aposentado e se dedicava somente a literatura, mudau-se com sua família para La Cumbre (Córdoba) - em sua residencia, um antigo casãrao estilo colonial espanhol, hoje está sediada a Fundación Manuel Mujica Láinez.

Sua obra nunca foi traduzida para o português, apesar de ser muito conhecida em quase todos os países de fala hispanica e ter sido inúmeras vezes adaptada para teatro e televisão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cara, também me amarro em literatura latino americana. Vou procurar sobre esse escritor. Você já leu Ernesto Sabato? Acho ele muito bom.

Abs

Marcos

Cícero Nogueira disse...

Oi Marcos, sim, conheço Ernesto, mas nunca li nada dele. Quando ler com certeza farei comentários aqui. Tenho uma lista de escritores latinos que ainda não li.. essa lista vai de Sabato a Eduardo Galeano.
Com calma e conciliando com a faculdade e o trabalho vou lendo... Continue lendo o blog e não exite em deixar sua opinião.
Abraço.